Os sindicatos dos Correios das cidades de São Paulo e Bauru (SP) e dos Estados do Rio de Janeiro, Tocantins e Maranhão, representados pela federação Findect, anunciaram nesta quarta-feira decisão de paralisação por tempo indeterminado a partir de 23 de novembro, véspera da Black Friday.
A greve foi decidida em resposta ao que a federação chamou de recusa dos Correios em resolver questões relacionadas à assinatura de acordo coletivo.
A Findect afirmou que a paralisação envolve "40% do efetivo nacional da empresa e 60% do fluxo postal do país". Atualmente há 36 sindicatos de trabalhadores dos Correios no Brasil.
Um ponto crucial é a não incorporação de 250 reais ao salário base, uma afronta direta aos trabalhadores que contradiz o que foi negociado na mesa de negociação coletiva", afirmou a entidade em comunicado à imprensa.
"A proposta de pagamento desse montante em 'passos' não apresenta benefícios concretos e coloca em risco a estabilidade financeira da categoria", acrescentou a Findect citando ainda a não realização concurso público pelos Correios.
NOTA OFICIAL DOS CORREIOS
"Os Correios estão operando normalmente em todo o País, com 100% dos empregados presentes, todas as agências abertas e todos os serviços disponíveis. Cinco dos 36 sindicatos dos Correios estão realizando assembleias, nos próximos dias, para decidir se haverá ou não paralisação parcial.
Medidas – A empresa já preparou uma série de medidas para garantir a normalidade dos serviços caso as assembleias desses cinco sindicatos aprovem paralisação parcial e pontual, entre elas: contratação de mão de obra terceirizada, realização de horas extras, deslocamento de empregados entre as unidades e apoio de pessoal administrativo.
Acordo – Pela primeira vez depois de 7 anos, em 2023 os Correios assinaram em mesa de negociação o Acordo Coletivo de Trabalho, que recuperou mais de 40 cláusulas que haviam sido extintas pelo governo anterior.
Benefícios – Os Correios concederam aumento linear de R$ 250 para a maior parte do efetivo, ou seja, um aumento médio de 6,36% para mais de 71 mil empregados (83%), a partir de janeiro de 2024. Para parte dos empregados, o aumento chega a 12%.
Além disso, na segunda-feira (21), os Correios lançaram um programa de bolsa de estudos para que empregados de nível médio, como carteiros, atendentes e operadores de triagem e transbordo cursem a graduação de sua escolha. Já são mais de 1.140 inscritos.
Veja parte dos outros benefícios do acordo:
• Aumento imediato nos benefícios de 3,53% – 100% do INPC, retroativo a agosto;
• Abonos de R$ 1 mil em 2023 e de R$ 1.500 em janeiro de 2024;
• Reembolso creche/babá de R$ 686,50;
• Licença paternidade de 20 dias;
• 50% de antecipação do 13º salário;
• Gratificação de quebra de caixa de R$ 256,22;
• Adiantamento de férias com desconto em 5 vezes;
• Remuneração e ticket mantidos por 90 dias para considerados inaptos pelo INSS;
• Ticket mantido até o retorno, em caso de acidente de trabalho;
• Abono-acompanhante de 6 dias;
• Adicional AADC para gestantes mantido a partir do 5º mês de gestação;
• Licença remunerada de 10 dias em caso de violência doméstica;
• Afastamento especial em caso de nascimento de bebê prematuro (para homens e mulheres);
• Horário especial de amamentação ampliado de 12 para 18 meses.
• Retorno da cláusula que prevê que os Correios arcarão provisoriamente com as multas de trânsito, relativas aos veículos da empresa, quando aplicadas nos percursos de coleta e entrega (cobrança só se não houver recurso por parte dele ou se for julgado improcedente);
• Licença maternidade de 6 meses;
• Auxílio-especial de até R$ 2.868,45;
• Abono saúde de 10 dias."
Fonte: Portal AF Noticias
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